AVISO!
O texto é fruto de uma miscelânea de situações. Qualquer semelhança
com a realidade é pura coincidência.
Intratável. Insuportável. Anti-social inflacionado…Descrição de um
Director de Turma, doravante DT, antes da “sua” reunião.
Stressado, rodeado de pilhas de papelada e munido de portátil, não vá
o diabo tecê-las. A malta vai chegando, com sorte é a primeira reunião e ainda
há alguma bonomia nos rostos, e…porra, o secretário novamente atrasado!
Bem, vamos começando para ver se despachamos as grelhas…Chega,
descabelado, um sorriso (irritante) no rosto e desculpem lá, deixei-me dormir.
Boa, boceja o resto da malta. Todos presentes, dá-se início à cantilena dos
níveis/classificações propostos. Ups, espera aí, há aqui uma discrepância.
Opção A - Não te preocupes que tenho justificação. Opção B – Sério? Então muda
lá isso para…e a cantilena continua.
Em média com 26 alunos para avaliar, a pregação demora o seu tempo.
Depois vem a ponderação. Não achas que isto e aquilo. Não sejas tão
intransigente. O/A aluno/a até trabalhou este período e não te esqueças que a
avaliação é contínua. A conversa degenera e o DT, consoante a personalidade,
deixa falar (depois não digam que a reunião demorou muito!), manda uma boca
curta e grossa (temos clima de cortar à faca!) ou…fica ao vosso critério.
Há malta que começa a olhar para o relógio, quero ir tomar um café, tenho
reunião a seguir, a “minha” DT é às X, vê lá se despachas isto, como se o DT
fosse o supra-sumo heroíno de uma BD
sofrível.
O DT pega na pilha de papelada e distribui…O que é que é para fazer?
Não és tu que tens de preencher isto? Para que hei-de chatear-me com esta @$#!
? Depois fazes tu!...é um concerto de bufanços,
suspiros, palavreado inócuo que arrasta a reunião para tempos de lesma. O DT,
em desespero e com vontade de se levantar e sair, lança um ultimato “É para
ficar em acta? Se for digam lá de vossa justiça.” e a malta lá acalma. É ruim
este DT!
Depois vêm as infindáveis justificações ou não. Há para todos os
gostos.
Depois vêm os Planos e tudo o que contêm as palavras começadas por P
numa reunião de avaliação. Prosa e mais prosa, alguma roçando a métrica poética
de uma dança bem ensaiada.
Depois vem a avaliação das actividades…xiça que alguns até brilham em
glória!...outros limitam-se à sua referência em conselho de turma (CT), ditando
uma súmula para a acta, o que é o correcto!
Depois vêm as novas propostas de actividade.
Depois vêm as propostas para apoios e a leitura e aprovação, fictícia…já
ninguém está a ouvir, das mesmas.
Fala-se de futebol, de comida, de fulana/o de tal, novamente num
contexto caótico que desespera o DT. Malta, já só falta as informações alusivas
aos encarregados de educação (EE)…
Mais alguma coisa que queiram partilhar com o CT ou deixar em acta?
Chegada esta questão …o clima começa a aliviar. Está quase. Há malta que se
começa a levantar. Ei, ainda não dei a reunião por encerrada. Olhares atómicos
e implosões voluntárias. Mortos e feridos q.b.
Lê-se a proposta…Para quê? Tu é que fazes a acta!...como estava a
dizer, lê-se a súmula da reunião a constar em acta. Aprovada.
Podem sair e obrigada.
Na sala fica o DT e o secretário. Vamos lá despachar a acta, assinar
pautas e Planos, ver se ainda conseguimos entregar tudo de manhã. Hora da
verdade: um bom secretário e tudo fica resolvido; um mau secretário e o DT tem
trabalhos redobrados. Ganha mais com isso? Não!
Depois vem a fila para entrega da documentação. Verificação. Tudo O.K.!
Alívio e o assunto está despachado. O DT relaxa e prepara-se para a próxima
reunião onde será “mero” membro do CT e outro o DT.
Nada mais havendo a tratar dá-se por encerrado este pequeno, e acreditem
que é pequeno, relato de uma reunião de avaliação.
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