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O Pote de Café

Esfregando os olhos, Andrómeda foi acordando de um sono aconchegante.
A cama, com três camadas de mantas pesadas, parecia a toca de um coelho. Quentinha que ela era, a toca!
O conforto era tal que a apetência para levantar preguiçosa se tornava. O frio, que se adivinhava fora, não era grande motivação. Só uma coisa poderia fazê-la saltar da cama: o café da avó!
Cheirinho delicioso que vinha da cozinha… Lentamente, como uma brisa primaveril, o aroma despertou todos os seus sentidos: o pote estava ao lume. Tooca a levantar, gritava todo o seu ser! Corajosamente, empurrou as mantas, ui que frio, saltou da cama, vestiu a camisola de lã e as meias suplentes.
“Bom dia, ‘Vó.”… e lá estava a avó Clotilde em volta do pequeno-almoço. Ao lume, assente nas três perninhas, encontrava-se o potinho do café.
Andrómeda pegou num garfo, espetou-lhe uma fatia de pão, grosso e bem olhado, e colocou-o à beira das brasas. Era a famosa torrada au lumière, he,he.
Entretanto, o pote ferve, a avó retira-o do lume e deita-lhe uma brasa: receita infalível para uma cevadinha saborosa e inigualável. A torrada, também pronta está.
O céu, era o céu! Não há purgatório nem inferno, quando Andrómeda se senta à beira da lareira, num mouchinho baixo. Pega na caneca de cevada e na torrada, bem borrada com besunto e saboreia cada dentada e cada golada.
Hmmmm, que maravilha. Agora está pronta para enfrentar o frio e conquistar o Mundo!

Obrigada ‘Vó.


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