Coisas&Stuff

 gestos de revolta e de desespero um desespero tão grande para tão pequeno Homem e, em pequenos nadas, se alimenta uma guerra uma guerra que se faz todos os dias em surdina e, um dia, em surdina, estalará estalará quando há já tanto se espera… é, por isto, que procuramos todos todos os dias um pouco um pouco de consolo para construirmos um abrigo um abrigo de paz que nos livre que nos livre da guerra da guerra que todos os dias se faz… (o título foi-me dado por Fernando Pessoa)

eu sei o que merecia um valente puxão de orelhas sei bem que muito melhor seria  se fosse apenas eu, real e concreta, sem poesia que o mesmo será dizer  sem o encanto que me encanta existir sem desestabilizar que o mesmo será dizer que seria mais infeliz Seria uma monotonia!

 Neste momento preciso, neste dia de sol aos poucos, aprende-se a atirar fora os desconcertos! faz-se o elogio dos vivos e um louvor ao que nos vai chegando devagarinho… obrigada

  tudo certo como dois e dois são cinco e são melhores as contas imperfeitas

 Não aprecio os invernos.                          escurecem-me cedo demais… Nem me delicio com os outonos.                         distraio-me demasiado com a queda das folhas… Já não acredito em verões.                         queimam muito e provocam-me dores no peito… Eu adoro é primaveras!!!!!                        apaixono-me pela alegria dos pássaros                        descubro-me no lento florir dos prados A primavera ternura - me leva-me o coração aos olhos!

Se te queixas sempre do mesmo a culpa é tua e só tua porque tu podes mudar de lugar Deixa a queixa. Por vezes é certo que nem tudo bate certo e o incerto nos bate à porta mudando-te a ti e não à queixa de lugar e é assim que partes (não de ti) mas contigo, caminhando deixando a queixa para trás.

quando veio, mostrou-me as mãos vazias as mãos como os meus dias tão leves e banais quando se foi, levavamos as mãos cheias as mãos como os nossos dias inteiros tão leves e especiais

Dizem que o mundo é dos espertos. Já eu penso que o mundo é daqueles que se movem por Amor. Daqueles que se deitam todos os dias com a certeza: hoje dei o melhor de mim!

 Vem! anda comigo ver as gaivotas esses seres ignóbeis que nos mostram que o céu é azul e o mar de prata as flores existem e são de cores e é bom voar à solta… Vem! dá-me a mão e vem passear Não te apoquentes! Faz com que dure este existir  simplesmente em estado puro e usufruir desta liberdade que nos cure!

Levante o braço quem nunca acordou embrulhado num abraço!

Sinto que cresci contigo, que aprendi uma linguagem nova para dialogar com o meu corpo. Mas aprendi também que não basta dizer à dor que pare, não basta gritar-lhe que vá embora. Ela teima, persiste, mais agora, que me faltam as forças, mais agora que perdi o jeito para iludir as esperas. Sei que cresci contigo, Aprendi que há sentimentos que habitam o limiar do indizível e têm a duração duma luz fugaz que antecede a noite. Aprendi que não há crescimento sem dor e que, por mais que jogue, jamais conhecerei as regras do jogo jamais serei o jogador astuto e destro na arte da batota. LuF. (foto de Dino Gamba)

Que bom termos tempo e sermos sol em final de tarde!

gravo impressões digitais na pele macia de tuas mãos e procuro nos jornais o nome do ladrão de teu coração… entre sombras e manchas tento discernir algo ilegível o recôndito nome de alguém… atónito descubro que afinal o ladrão sou eu!... (ah! porque deixei gravadas as impressões digitais na brancura da tua pele?!...) (excerto do poema de batista_oliveira)

Do babygrow dos 11 meses aos calções dos 6 anos foi um instantinho.  E dali à t’shirt dos 16 um salto pequenino.  E assim vamos existindo um ao lado do outro, agora em tamanho XL.  E eu cada vez mais S.  Só sei que decresço sob o teu abraço gigante.  Mas é de lá que alcanço os teus olhos brilhando.  E sinto-me crescer!

 Podia a vida não nos permitir perceber mas permitiu!

Não pensar em nada… Ser apenas corpo a corpo à flor da tua pele encostada e talvez volte a acreditar