Sinto que cresci contigo,
que aprendi uma linguagem nova
para dialogar com o meu corpo.
Mas aprendi também
que não basta dizer à dor
que pare,
não basta gritar-lhe que vá embora.
Ela teima, persiste,
mais agora, que me faltam as forças,
mais agora que perdi o jeito
para iludir as esperas.
Sei que cresci contigo,
Aprendi que há sentimentos
que habitam o limiar do indizível
e têm a duração duma luz fugaz
que antecede a noite.
Aprendi que não há crescimento
sem dor
e que, por mais que jogue,
jamais conhecerei as regras do jogo
jamais serei o jogador astuto e
destro na arte da batota.
LuF.
(foto de Dino Gamba)
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