fomos da Água acolhidos, protegidos, escondidos e de rompante expulsaram-nos do paraíso atirados ao Ar em grito, choro repentino e aflito, mas sopro de vida caímos nas malhas do tempo sem pedirmos para nascer mas surgimos escorregadios e lamacentos depressa vento e chuva, depressa fome e sede atirados aos ossos de todos, embalados pelas carnes dos outros carne da nossa carne e rapidamente nos vimos em chão esgaravatando na Terra seca (nós que fomos da Água) de olhos esbugalhados, amedrontados pelo Fogo tão desprotegidos e tão à vista de todos é, então, que nos atiramos ao Ar em novo grito tonitruante tentando levantar os pés do chão por medo de Fogo que nos queime ansiando a Água que nos foi roubada e que nos faça nascer de novo