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Cabular ou não, eis a questão

Este tema coloca-me várias questões. Para as entenderem, tentarei explicá-las por fases.

Fase 1 - desconhecimento
Tal nunca me passara pela cabeça até à jovem adolescência. Desconhecia por completo tal prática e era um não-tema familiar.

Fase 2 - despertar
O espanto e a incredulidade inserem-se nesta fase. As conversas giravam em torna de copiar e a jovem ingénua pensava que faziam cópias. Aquelas cópias da Primária. Teve de ter "explicações". Explicações a sério!...técnicas, posturas, abordagens e afins.

Fase 3 - desprezo
Sempre zelei pelo que considero digno. O desafio de me testar e o desprezo por práticas ilícitas caracterizam esta fase.
Não concebia que se alcançassem notas através de falcatruas e, em minha opinião, era fraco desafio à sapiência (ou não).

Fase 4 - inveja
Com o passar do tempo, verifiquei que muitos cábulas acabavam por ter melhores notas. De que adiantava estudar, então? Mas o valor da dignidade rígida ainda imperava, o que não invalida que uma certa inveja se começasse a manifestar.

Fase 5 - decisão
Se "eles" conseguem, sem estudar, porque me hei-de armar em sabichona? Que se lixe o desafio, a dignidade e outros que tais. Não me foram muito úteis até à data.
Minto!
Quando alcançava boa nota, a saber acima de 15 valores, era uma satisfação quase que orgástica. Enchia-me o ser durante uns dias, he,he.
A satisfação efémera começou a não ser suficiente...Vou experimentar.

Fase 6 - experiência
A decisão estava tomada.
Fiz os meus copianços. Bem giras, diga-se de passagem. Entrei na sala de aula, sentei-me e os rolinhos de cábulas, prova do crime, queimavam no bolso das calças.
Calor, calor, calor...
Não consegui usar as malfadadas!...vermelha, afogueada e mão trémula, só sosseguei quando as consegui meter à boca, mastigar e engolir.
Conclui-se, assim, que não tenho estofo para copiar nem bafejada pela sorte do à vontade espontâneo dos vedrdadeiros peritos.

Hoje...
...terei de afirmar que continuo avessa a tal prática, que sou incapaz de a utilizar, MAS não critico quem o consegue fazer. Fazer bem!
Fazer cábulas é uma forma de estudar. Aplicar as cábulas, bem, é uma arte.


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