O regresso é sempre algo que me envolve num espírito de alegre melancolia.
Se a aldeia falasse, muitas histórias contaria.
Descer do autocarro ou estacionar o carro e a “visita às capelinhas”,
como lhe chamava. Avós, tios, primos,…todos eram visitados.
“Então, como estás?”, pergunta inerente aos abraços e beijinhos de
boas vindas. Aconchegada pelo almoço lá se punha a conversa em dia. “Sabias
que?”…e era uma infindável narrativa sobre fulano tal e tal. Risadas e risotas,
misturadas com algum pesar, quando da morte se tratava.
Só depois chegava a vez de abrir as janelas à casa, arejar os compartimentos,…,
torná-la novamente acolhedora.
A noite era minha! Amigos, no café de eleição. Juntavam-se e
combinavam as actividades a desenvolver até de madrugada.
Como era bom regressar.
A aldeia é a casa maior, onde todos te conhecem (alguns mal, vá) e tu
todos conheces ( alguns dispensáveis, vá). Aí estás em segurança, o coração
bate em sonância com a cadência das carroças da madrugada, o autocarro das 7 h,
das conversas dos vizinhos, o ladrar do Bobby, dos chocalhos dos rebanhos e o
cantar dos pássaros. Ah, os pássaros! …que cantilena mãos melódica. Uma
delícia.
O Verão é uma época de eleição. Aromas quentes e intensos, com
zumbidos e grilados vários que compõem uma sinfonia nocturna.
Os tons terra que ilustram o horizonte, mesclado com os azuis do céu.
É nesta altura que, até os mais distantes, regressa e então, então
sim, a festa está composta.
Adoro o regresso à aldeia, aos seus encantos, estímulos e recordações.
Cada paralelo tem uma história para contar!
Adoro o regresso ao Ninho.
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