Avançar para o conteúdo principal

Cão Raivoso


Não vou falar de cães, apesar de serem uma das minhas paixões.
Vou falar de paixões.
Uma que, segundo “estudos” é uma extensão de uma psicopatologia qualquer (bem, alguns consideram-na saudável…). Na minha perspectiva, é um desabafo legítimo perante algo que não podes controlar ou não consegues ultrapassar.
Falo da raiva.
Aquele acontecimento que te tira do sério.
Aquela pessoa que te apetece matar.
Aquela situação em que o ensejo é mutilares-te.
Todas são situações em que, pessoas apaixonadas, podem ultrapassar os limites. Limites ditos salutares ou socialmente correctos.
Parte a louça.
Manda uns berros.
Dança ao som de Metal.
Injuria e blasfema.
Cospe e baba, como um cão raivoso!
São momentos avarias de EDP…energia acumulada que dá um curto-circuito!
Cara transfigurada e postura corporal agressiva.
Após a explosão sentes o vazio. A bomba rebentou e deixou “estragos” visíveis.
Podem ser pratos partidos. Podem ser palavras ditas e irreversíveis. Podem ser tabefes bem assentes. Podem ser conhecimentos que viraram inimigos. Podem ser inimigos que, caricatamente, viraram amigos.
Nem tudo é negativo num cão raivoso.
Há palavras que tinham de ser ditas.
Há tabefes que tinham ser dados.
Há amizades que tinham de ser testadas.
Há conhecimentos que, há muito, precisavam de ser esclarecidos.
Limpeza!
Limpeza interior e exterior, para recarregar baterias.
É esse o maior benefício de um cão raivoso: não há ocultos nem fingimentos.

Me confesso um cão raivoso!


Comentários