São nove da noite do dia dezanove de março, está muito mais escuro do que habitualmente. A calçada brilha nesse escuro e os meus sapatos brancos calcam-na suavemente. Mais um passeio solitário pela noite escura, nesta noite mais escura do que habitualmente. Pontos de luz sobressaem nessa penumbra, são olhares de janelas. As janelas das pessoas que preferem a luz dos lares à escuridão dos passeios. E é, exatamente, neste momento, essa luz que me atrai. Está branco em céu aberto nessas janelas de fundo de rua. Há uns anos, não percebia como se podia preferir a luz e o conforto dos lares à escuridão mágica da noite… E o toc, toc dos meus passos continuam firmando a calçada. São os únicos ruídos da noite neste silêncio de rua estreita. Aproximo-me de uma janela, espreito por uma fresta e ouço riso perfeito em festa, cansaços em movimento, gritos que se escapam em leitos alerta atrás desta parede que me tapa. Por momentos, até me senti uma casa. Para mim, o final do dia é sempre est
Algo que interessa ou não... Não sou única nem diferente... Gosto de desanuviar e, quem quiser desanuviar comigo, é bem vindo.