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Não me interrompas na utilidade da minha distração!!!


Penso ter passado agora a fase da atenção
porque me ausento imenso!
Sinto recém a chegada fase das distrações:
um olhar preso à chuva da janela
o estalar em ternura por chegar a destino errado
o tempo contado em cada romã estilhaçada
o esticar-me lentamente nesta luz
a mão distraída em teu peito
E passar assim tão leve pela avenida…

Agora entendo por que motivo
são perfeitas as estadias daqueles velhos
que nas mesas daquela praça
jogam sem pressas às cartas

Portanto, quando me vires parada…
Não me interrompas na utilidade da minha distração!!!

Mónica Costa
(foto de Artur Pastor)




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