Avançar para o conteúdo principal

Flor

Flor não é nome meu.
Flor é o meu ser.
Bela, vermelho acetinado, qual gota de sangue.
Ao anoitecer, aconchego-me numa concha intimista, quente e envolvente.
Ao amanhecer, desabrocho ao sabor do sol,  embriagada pela carícia suave de lábios etéreos.
Um sopro leve e danço ao som de colibris multicoloridos.
Flor não é nome meu.
Flor é o meu ser.
Espreguiço-me, bamboleando nas gotas de água pura que me banham o ser. Vivo, abraçando toda a seiva que me percorre as veias. Sou bela, vermelho acetinado.
Flor não é nome meu.
Flor é o meu ser.
Murcho, num ciclo que termina. As pétalas vão caindo, caindo, caindo,... Sei que vivi em pleno.
Parto para o jardim de flores. Jardim de encontros e reencontros.
Flor foi o meu ser.
Helena Goulão




Comentários