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Patrão ruim

Tenho patrão ruim.
Não me valoriza. Não me estima. Deixa-me ansiosa.
Todos os anos…Quando sai o aviso de abertura para os concursos? Quando saem os resultados dos concursos? Onde fiquei colocada? Que níveis vou ter? Etecetera.
A partir de Abril, por norma, a ansiedade instala-se e permanece até Setembro. São 5 meses intensos, em que a vontade de parar de “dar aulas”, literalmente DAR, mudar de vida, mandar tudo às favas, são uma constante.
Tenho patrão ruim.
A malta dá o que tem, por vezes o que não tem, o que pode a custos elevados. Família, amigos, lazeres que são preteridos em função do trabalho que, em última instância, é ingrato e parco em remuneração.
Tenho patrão ruim.
Após labuta de anos, em Abril não festejo o dito dia 25. Em Abril inicia o meu mal-estar, a agonia lenta que vai até Setembro. É metade do ano lectivo em martírio indeciso, em que o futuro pouco se antevê. Fazem-se cálculos, levantam-se hipóteses…Infelizmente, saber onde vou trabalhar é um concurso, uma lotaria, onde as regras estão em mudança permanente, e não uma ciência exacta.
Aos 52 anos, já não me apetece brincar ao esconde-esconde nem ao “Espere, vou passar ao meu colega. Não desligue!”
Só quem não está na mesma situação, não compreende.

Tenho patrão ruim.

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