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O Nada

O Nada é aquilo do vazio, do inócuo, do pasmo.
O Nada gosta do Vazio. Não precisa de pensar nem de opinar. O Vazio não é prepotente. Gosta de vadiar no Nada. É branco. É preto. É não-cor.
O Inócuo gosta do Nada. Não há sequência nem consequência. Tanto faz assim como assado. Andam de mãos dadas por não se atrapalharem nem anulares. Casamento perfeito, este do Nada e do Inócuo.
O Pasmo e o Nada nasceram no meso dia, à mesma hora. De jovens brincavam ao vazio. Não cansava, não magoava,…, era inócuo. Quando pensavam, o que é mentira, estavam como antes: pasmados.
Os três são primos, o que faz deles família. Juntos fazem história que ninguém lê por não haver registo nem testemunha. Um sem o outro, sente-se perdido…Mas não faz mal, porque sentimentos são inócuos.

Existem, pois O Nada, o Vazio e o Pasmo estão sempre presentes no Humano. Não precisam de autorização nem de expressão. Simplesmente estão. E quando o Humano não pretende nada, o Vazio e o Pasmo rapidamente se colam ao Nada. Juntos dão origem ao Humano oco, liberto de regras e, quiçá, feliz.
Quadrado preto sobre um fundo brancoKazimir Malevich

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