Demolidor...destruição de uma casa, quiçá, da década de 70 do século XX. Com ela vão histórias de um passado, em que construir uma casa, a minha casa, era um orgulho e um objectivo de vida. Com ela vão os sonhos que, nem sempre, a maioria das vezes sejamos sinceros, não se concretizaram. Por mudança de perspectivas, por inércia, por azares, como se costuma dizer, ..., que nada mais foram que idealizações ou tentativas falhadas. A casa que me deu abrigo, arrumei e decorei à minha maneira, e que, quem a visse, diria "Ó pá, esta fulana deve..." . Pois, deve, mas não foi nem é. A aparência não mostrou o Eu!...mas que aparentou, aparentou. Quem nela entrasse, pensaria, sim porque raramente se admite opinar livremente por-não-parecer-bem, "Ainda é mais desequilibrada do que parece...Coitada!" . Acomodamo-nos no velho sofá, destruído por unhas felinas e recheado de almofadas e mantas coloridas, com um chá de menta a fumegar. Falam e eu oiço...Falam e vou acenando com ...