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Não sei

Não sei porque urge teclar algo que, certamente, não interessa a ninguém. Talvez nem a mim...
Não sei porque não me apetece levantar e, no entanto, não durmo. O que durmo atormenta-me mas leva-me a querer abrir os olhos. Posso olhar e não pensar...
Não sei porque as pessoas me repulsam, se eu própria tenho repulsa pelo que miro ao espelho. Talvez não fosse má ideia partir tudo o que reflecte o que não quero ver...
Não sei porque este sol não me aquece. Já queimou. Já isolou. Já desterrou o que era vida há muito. Talvez com a chuva encontre rebentos de vida...belos e inspiradores de sorrisos.
Não sei se viva ou sobreviva. Creio que a questão do sobreviver me atormente...mas viver é cada vez mais tristonho.
Não sei se a utilidade de mim ainda seja necessária. Afinal, ninguém é insubstituível....dizem.
Não sei se o sentimento esmorecido seja um vazio da "alma". Alma que, dizem, é única.
Não sei por que  e quem viver. É cansativo estar sempre perto, disponível, prestável,...quando a tristeza pede o silêncio.
Não sei porque amo o silêncio. Só meu e, no entanto, tão ruidoso que continua...só meu.
Não sei se esses ruídos transportam os fantasmas tormentosos do passado e do presente. São ruídos que drenam a pouca energia  que comporto. Mas não existem fantasmas, dizem.
Não sei se pasme uma parede em branco. Branco como o nada. Afinal o que é o nada?
Nada sei, a não ser que o nada me transtorna e impede de viver.

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