Vidas de todas as vezes que lemos! Olhamos os outros em todo o seu silêncio e admiramos-lhes a calma. E ficamos incomodados. Desconhecemos, no entanto, as lutas de dentro. Desconhecem eles as nossas ao admirar a nossa calma. E ficam eles incomodados. Dizia o outro: sê gentil, pois desconheces as bata-lhas que o outro trava! Foi assim que começou o meu dia de hoje. Viagem de comboio para variar. Sentada perto de uma janela a ver deslizar a paisagem. Um pedaço de ponte e um pedaço de água, uns raios de sol e um braço de nevoeiro ao longe. Nunca entendi muito bem o silêncio das marginais. E muito menos o mistério que se extrai das manhãs de outono. A indiferença com que a natureza se oferece em calma sem a menor ponta de luta por dentro. Eu não lhe exijo nunca que entenda o meu silêncio, mas gosto quando é capaz de me revelar a luta que travo por dentro. Entretanto, vem-se sentar à minha frente uma pessoa. Endireita-se no banco e abre um livro. É um livro com poemas por dentro. Daq
Algo que interessa ou não... Não sou única nem diferente... Gosto de desanuviar e, quem quiser desanuviar comigo, é bem vindo.