Há sempre uma voz que soa a derrota e diz
o fim do verão é aquela altura do ano que deprime…
Vai-se o sol, chega a nuvem…
Vai-se o calor, chega o frio…
Vai-se a esplanada e, que remédio!, um casaco…
Não há mar que nos molhe o pé…
Não há dias compridos…
Vai-se o relaxe, chega o trabalho…
Mas hoje, particularmente, está um lindo dia de fim de verão!
E penso.
Não é dia de fim de verão, mas dia de início de um outono
e é apenas o primeiro de muitos destes!
Altura ideal para dar a volta e repensar o que existe.
Não há sol e chega a nuvem. É verdade!
Mas é nuvem frondosa digna de se lhe botar o olho!!
Foi-se o calor, chega o frio. É verdade!
Mas como é aconchegante esta mantinha
que me envolve o pescoço e cobre o meu nariz!!
É tão só o prazer do ninho e um contraste maravilhoso
entre o frio de fora e o calor que vai cá dentro.
Vai-se a esplanada. É verdade!
Mas chega o cantinho do café, aquele mesmo cantinho
mesmo ali à tua esquina com um chá a ferver à tua espera
e onde folheias o teu livro preferido e sem pressa nenhuma!
E o mar sempre estará à espera que lá vás molhar o pé,
mesmo em dias de frio, mesmo em dias de água gelada!
Caminhas na areia em dias tão curtos que só podem ser bons!
E, depois do pé molhado, é só aconchegá-lo em meia quentinha
e dará imediatamente ares de altas temperaturas,
agradecendo de o teres libertado por momentos
dessas botas atrofiantes em que se viu enclausurado.
E quanto ao trabalho… olha…
haverá sempre momentos de folga,
pequenos momentos em que deves aproveitar
como se não houvesse amanhã
tudo o resto que aqui expus!
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