Avançar para o conteúdo principal

O rio diz que estamos rolando

Houve alguém que, finalmente, publicitou uma mensagem. De quem a voz? Quem a silencia? Quem a detém e espia? Alguns minutos. Algumas páginas de jornais. Sem grandes alaridos. E assim perpassa a angústia dos tempos atuais. Um desconcerto. Não do mundo, mas de quem perceciona a vida de forma caótica. Traumas, vazios… enfim. É um olhar os prédios que nos rodeiam e ver apenas paredes e janelas fechadas e não o sol de gente decente que as habita. O sol existe, mas a natureza humana insiste em cerrar cortinas para não deixar entrar a luz. O que vale é que há sempre alguém que, de forma quase louca, aos olhos dos reinantes, teima em tocar a campainha destes prédios silenciados. E um toque de campainha no silêncio desta rua instaura de imediato um caos, uma insurreição. Só que, por vezes, por mais corajoso que seja o gesto de avançar, torna-se impotente face ao ouvido impávido de quem insiste em não ouvir, até porque é vencido o cavalo pelo cansaço. Mas tudo corre, a natureza continua o seu curso festivo. E nós, nada. Elos mortos à espera da coragem uns dos outros. E tu calado. E nós calados. Todos silenciados. Esforço nenhum. E assim se lavam as mãos. 

( o estranho caso do desaparecimento da tenista chinesa Peng Shuai)




Comentários