De lama faço alma. Com ramo construo amor.
Abro a saca e faço casa
e assim se racha a dor
Enquanto umas palavras andam, outras decidem nadar
E não há ataque que eu acate, neste jogo de palavras
porque sou louca, mastigo sílabas, refaço e desfaço-as.
E foi assim que o amargo trocou o passo e aparece cedo o doce
Da boca se faz cabo.
Das cordas saem cardos.
Do grito salta trigo.
De tanto uivar fica a tarde ruiva.
De ciosa faz-se coisa refeita.
E sabendo que não há medo que não me dome,
mas há sempre azar na palavra arrasar,
não há que ter receio das maldades
porque ainda há palavras intactas como sebes
que não se desmontam nem de trás para a frente
nem da frente para trás.
E ainda outras que quase não se desfazem
como sonhos
não há volta que se lhe pegue…
São estes altos e saltos, como a vida…
são palavras em sobressalto que dão voltas com energia!
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