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Pedra sem musgo

Viro-me de um lado, viro-me do avesso
agito-me nesta cadeira,
enrolo os cabelos entre os dedos,
apoio o queixo nas palmas das mãos.
Resmungo! Mas pouco…
Esta manhã, deixaram-me, em cima desta mesa onde escrevo, um bilhete,
um pequenino bilhete… e fugiram.
As ideias mais tenebrosas e ruins fugiram de mim.
Teria sido um ato inteligente tê-las cativado,
ter-lhes dito ao ouvido, em jeito de segredo, que me faziam falta,
que eram o motor da minha inspiração.
Ter ideias suaves é uma benção. 
Mas ter só ideias suaves é uma monotonia!
Vão-se as ideias ruins e fica um sabor agridoce...
Resta apenas um esboço sem cor.
Fica a pedra sem musgo!

Mónica Costa



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