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Natal 2

Acreditar no pai natal é magia Deixar de acreditar no pai natal é desilusão Não acreditar no pai natal com veemência é alívio medíocre… damos ar de fortes e de seres orgulhosos pela perda de virgindade porque agora experientes e sábios … mas desconsolados e medíocres ninguém nos avisou que a única coisa que nos vale é a magia!... Mónica Costa (imagem retirada de https://www.bioorbis.org)

Natal 1

Vai aparecendo o natal devagarinho e choca…Vem camuflado… diluído na hipocrisia social que nos abafa! Não o sentimos verdadeiramente e, no entanto, construímo-lo subtilmente… e vai sendo engolido pela engrenagem económica. Corre o povo à procura do presente ideal!!!! E há sempre um anjinho que, a medo, se aventura a recordar: «Natal é nascimento!» E o povo continua na sua azáfama consumista… e faz de conta que nem ouve. Desmontar a máquina dá trabalho… é lutar contra a corrente. E, por descargo da consciência, desata-se com uma série de campanhas solidárias para os necessitados que são de todo o ano. Porque é este o tempo da fome e da vulnerabilidade!... Não dos que passam fome todo o ano (esses já estão habituados…), mas a vulnerabilidade de quem consegue estar em paz nas suas casas quentes sem pensar nos da rua frios. Mónica Costa (pintura de Rafael Sanzio)

Que bela lhe apareceu a vida naquele instante!

Diante daquela janela estendiam-se campos e campos verdes. Eram vinhedos e árvores ao alto. Era essa sempre a perspetiva de quem se estendia ao comprido no alpendre e dava com os olhos em linha sempre segura e acreditável. Mas, naquela tarde, o olhar subiu indisciplinado e ficou fascinado pelo desenho invulgar das nuvens. O céu estava um espanto em movimento de lento azul e havia uma montanha de branco espantoso que se espraiava em rasgos de dança.  Foi assim tão fácil! Nada trazia nas mãos e, de repente, ficou de mãos e olhos cheios! Tudo estava tão tranquilo. Deixou-se, portanto, encantar!  Foi então que se ergueram três figuras esguias em jeito de bailarinas equilibradas nas pontas dos pés.  E rodopiavam! Airosas, com vestidos de tule branco leve, leve, levíssimo.  Eram nuvens dançando com o vento? Ou pernas de mulheres alinhadas em três?! Puro bailado: rodopiavam e inclinavam-se para recolher em abraços os últimos ares outonais. E por cada movimento, desenhavam-se

Fake news

Cuidado com as histórias que ouves! Hoje, mais do que nunca, deverás ter cuidado com as histórias da carochinha que te impingem.  E é exatamente para desconstruir este tipo de enredos fantasistas que, naquela longínqua floresta, se prepara uma conferência de imprensa. E tudo por causa do disse que disse. Não é possível continuarmos sempre a contar a mesma história. Não é possível viver sempre das mesmas certezas. Os tempos mudam e as verdades também. O mundo está preparado para problematizar!  E a verdade é que, neste preciso momento, a famosa Avozinha prepara cartazes apelativos capazes de dar a devida visibilidade ao acontecimento, apostando numa boa sinalização dos pontos-chave para que nenhum dos jornalistas convidados se perca e cheguem todos atempadamente ao local escolhido. Há quanto tempo não havia agitação naquela floresta! Como moderador desta conferência, escolheu-se o afamado Caçador, misantropo voluntário, conhecido pela sua frieza e antipatia por tudo o que se pode c

Maldito seja quem rompeu a luta

Mexendo no baú, descobre-se, por vezes, verdadeiros tesouros.  O meu avô era tipógrafo, não era letrado. Pessoa humilde, alma de poeta! Nos tempos livres, e dando asas à sua imaginação, escrevia.  Aqui vai um poema do meu avô! Nesta Terra de belas tradições Já não sorri a Alma Portuguesa, Numa candura etérea e de beleza, Que vibrava nos lusos corações... Chora co'a Pátria a alma de Camões A glória de um passado de grandeza, Enquanto os homens, numa luta acesa, Procuram saciar as ambições... Oh! Pátria refulgente de outras eras, Terra de heróis, de santos e guerreiros, De aventuras e Lendas e Quimeras!... Desperta, altiva, e o nosso mal escuta! E grita àqueles maus aventureiros: Maldito seja quem rompeu a luta! Texto de Raul da Costa Querido e foto de Eduardo Urculo

Sob pressão

E é, precisamente, quando a perversa lucidez vem que nos sentimos incapazes e sob pressão! É, precisamente, quando a perversa lucidez não convém que surge um súbito reconhecimento idiota de um mundo a sério em formato negociável! É o terror de sabermos o que, afinal, o mundo é! É ver alguém gritar em silêncio: «Quero sair!» É estar um sol magnífico, nunca chover e surgir um impertinente e lancinante remoer: E amanhã? E amanhã? E amanhã? Como será? Porquê eu? Porquê eu? Porquê eu? Somos nós mesmos sob pressão! E é nesse preciso momento de tensão que, abandonando a lucidez, nos lembramos que é tudo uma questão  de cuidar de quem está no limite da noite! Nos lembrarmos que é tudo uma questão de amarmos no nosso próprio sentido cuidando de nós próprios e dos outros! É este o último desafio! É esta a nossa única dança! Mónica Costa

Obrigada!

O meu texto é, hoje, dedicado a todas aquelas pessoas que têm entrado na minha vida de forma especial. Apetece-me! Só porque sim! Às vezes, passam anos e nunca conseguimos ter a coragem de dizer o quão especial é determinada pessoa na nossa vida. E andamos cabisbaixos, macambúzios, a soprar umas meias palavras em modo fantasma. Alguns sussurram entre dentes que já nem acreditam nas pessoas!!  Seria bom que mudássemos de atitude! Todos! Eu sei que para algumas pessoas, por orgulho ou por receio de não se saber escolher as melhores palavras (às vezes, eu sou assim), é difícil assumir essa postura de frontalidade. Outros, por uma questão de erro de educação, não estão habituados a essa frontalidade. Não é uma questão de elogio! Não! É uma questão de frontalidade: «Olha, nunca te disse, mas ficas a saber que o teu sorriso, logo pela manhã, dá-me força para enfrentar este meu dia que vai ser árduo!». E ambos seguem de sorriso leve que torna mais leve o dia!! Fácil, não é? E tão difícil

Don´t worry, be happy!

Quando os casos se tornam graves... começam a faltar as palavras... E, em último caso, uma palavra basta... Costuma o médico dizer com ar sério quando, com ar sério, se pergunta:- É grave, doutor? …ele simplesmente se detém com um ar sério... e culmina com uma expressão de séria tranquilidade: - Há que ter fé...! E quando um homem de ciência solta como única palavra possível a... Fé, o caso é grave!... E é só nessa altura que nós percebemos a gravidade da situação... Portanto, enquanto o caso não for grave, que não nos faltem as palavras!! O melhor a fazer é arranjar forma de nos divertirmos e ir palavreando à exata distância que nos salva daquela porta! Aprender a lidar com a doce ternura do ir acordando devagar e do ir aprendendo a cheirar os odores da manhã! Aprender que, hoje, é nevoeiro denso, mas, amanhã, é sol radiante!!  E é por isso que há sempre dia e há sempre noite! E depois o caminho vai progredindo e há sempre uma música no ar que nos vai envolvendo lentamente ao s

No meio...

Ali no fundo sou eu mesma Ali no fundo é a minha raíz! Ali à frente sou eu mesma, é o mar que ouves Ali à frente é a minha alma! Ali atrás há uma sombra Ali atrás é o meu amor que se afastou Ali em cima sou eu mesma, um silêncio que faz eco e se vai repetindo em nuvens de mil e uma formas No meio de tudo isto, um coração que se agita! Um coração que dança! Mónica Costa