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Sob pressão

E é, precisamente, quando a perversa lucidez vem
que nos sentimos incapazes e sob pressão!
É, precisamente, quando a perversa lucidez não convém
que surge um súbito reconhecimento idiota
de um mundo a sério em formato negociável!
É o terror de sabermos o que, afinal, o mundo é!
É ver alguém gritar em silêncio: «Quero sair!»
É estar um sol magnífico, nunca chover
e surgir um impertinente e lancinante remoer:
E amanhã? E amanhã? E amanhã? Como será?
Porquê eu? Porquê eu? Porquê eu?
Somos nós mesmos sob pressão!

E é nesse preciso momento de tensão
que, abandonando a lucidez,
nos lembramos que é tudo uma questão 
de cuidar de quem está no limite da noite!
Nos lembrarmos que é tudo uma questão
de amarmos no nosso próprio sentido
cuidando de nós próprios e dos outros!
É este o último desafio!
É esta a nossa única dança!

Mónica Costa







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