Um dia banal que se transforma. Porque, às vezes, é assim que acontece. Pensamos ao acordar: aqui está mais um dia em que tudo se repete. Nada muda. É o ter de ser! Uma vulgar quinta feira de trabalho à espera de ser sexta para que se aproxime o dia do descanso. Foi exatamente assim que pensou a Celeste. Mas, naquele dia, vinha de cravos na mão. Era dia de festa no local de trabalho e havia que presentear os clientes do seu restaurante. Foi assim recomendada pelo patrão. E conforme lhe disseram, assim obedeceu. E lá vinha ela de cravos na mão, tão vermelhos quanto a sua devoção. Quarenta anos de idade e muitos de serviço com certeza. Devia ser daquelas miúdas que começaram a trabalhar cedo para ajudar a família. O caminho para lá foi certo, igual a tantos outros dias repetidos pela certeza do dia a dia. Só que, às vezes, ao virar da esquina podemos ser agradavelmente surpreendidos pelo que de melhor está por vir. A porta afinal estava fechada e não havia festa para ninguém. Ficara...