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E dá uma vontade de partir em busca do silêncio e do paraíso!!

Uma das coisas que mais irrita neste mês de agosto, e que faz com que alguns de nós atinja níveis consideráveis de irritabilidade, é a quantidade de gente que surge de todos os lados. Qualquer sítio, por mais insignificante que seja, é palco de aventuras de uma trupe de turistas quase sempre obcecados com a necessidade de diversão. E são tantos! Neste momento, há um variadíssimo leque de turistas no nosso país. Há novos e velhos, ricos e pobres, chineses e ingleses … e os turistas de garrafão. De repente, o cantinho sossegado onde costumávamos tomar um café ou a lojinha onde íamos escolher os legumes e frutos, o quiosque onde se compra o jornal ou se escolhe a raspadinha, tudo fica desassossegado. 
E dá uma vontade de partir em busca do silêncio e do paraíso!!
Hoje, à mesa do café e, lendo o jornal no meio da multidão, dei de caras com uma crónica muito divertida de Luís Pedro Nunes que escrevia « …fiz catorze horas em três viagens de aviões e deram-me, como pedido, uma das cabanas mais afastadas da ilha…». Também este decidiu fugir às multidões e optou pelo local paradisíaco das Maldivas. 
As Maldivas! Onde a manhã nasce a partir de areias finas desabituadas de pisamentos e onde o verde das palmeiras existe para exaltar a calma das águas cristalinas. E ali ficamos, olhando aquele leito paradisíaco em expansão de brancuras e suavidade. 
E, no meio desta tranquilidade, numa das cabanas mais afastadas da ilha, concluía Luís Pedro Nunes «… (fiquei) ao lado de duas famílias ruidosas portuguesas»!!!!!». E lá continuava ele, explorando a outra «praga» que encontrou no tal paraíso – chineses e para a qual direcionou o resto da sua crónica. Eu achei particular piada à presença das duas famílias tipicamente portuguesas.
Foi, neste contexto, que imaginei a elegância desta figura pública na sua rainha posição horizontal nas areias branquíssimas. Olhos fechados, ar relaxado e…
… eis que surgem duas famílias naquele areal! São vozes estridentes com certeza e, pela pronúncia, do norte (já se sabe que um português que se preza, fala muito e fala alto!). Vêm todos em trupe, devidamente equipados, e protestam revoltados contra todo aquele silêncio atrofiante e monótono! Há que aproveitar o sol (dizem as mulheres que, não tarda nada entram em combustão amorosa) e, já agora, viver uma segunda lua de mel! Os miúdos estão fartos deste fim de mundo onde não se faz nada!! Atiram-se que nem bombas para aquelas águas calmíssimas! Jogam à bola! E trazem o Bobby e vão dar banho ao cão ( que também tem direito a provar aqueles águas cristalinas). E…atenção! Trazem farnel e garrafão e paninho aos quadradinhos, tudo nos trinques! (é que a adaptação à gastronomia local é difícil!). Sujam imenso, limpam pouco! E todos os dias, à mesmíssima hora, lá estão dispostos a operar a mesmíssima rotina. 
Conclusão: Eles andam por todo o lado, portanto, mais valia ter ficado nas Caxinas! 

Mónica Costa

(A foto que acompanha este texto é da autoria de Eugene Lim e retrata a praia de Huiquan que recebe mais de 200 mil banhistas ao mesmo tempo durante uma simples manhã de verão num final de semana. Localizada na província de Shandong, ao leste da China, esta praia é uma das mais belas do extenso litoral da nação mais populosa do mundo. A bela praia de mar esverdeado e areia branca só pode ser apreciada, logo no início da manhã ou apenas ao final da tarde, quando os milhares de banhistas já estão voltando às suas casas. Ao contrário do que se pode imaginar, tanto o mar quanto a areia não se transformam em 'lixões a céu aberto' após a partida dos turistas, pois os chineses mantém o hábito de recolher o lixo produzido durante a estadia no local.
Informação retirada de http://ecoviagem.uol.com.br)



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