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Lugar quem

Faz mais ou menos três anos por estes dias que dediquei um texto à Amizade.  Chamei-lhe o Lugar da Amizade Continuo a insistir: A Amizade é lugar, sim!  Não lugar-onde, mas lugar-quem!!  A Amizade é dificilmente enigmática e bela!  É simplesmente estar à espera de nada porque se sabe que se tem tudo.

finalmente, percebi o meu fascínio

Finalmente, percebi o meu fascínio pelo mar.  Tão revolto, indisciplinado, tão ele, deixando-me sempre um «vem até mim, mas observa apenas». Fico, assim, irremediavelmente, reduzida à condição de observadora que, é de resto, em algumas situações, magnífica. Observadora em profundo respeito e admiração. Olhar é bom, mas nadar!  Finalmente, percebi o meu fascínio pelo mar.  Nadar é outra coisa. É depositar confiança, sem hesitações. É um «aqui me tens, acolhe-me». É deixar a tensão fluir. É um saber entrar e «Ploc!». Ficar. É deixar os problemas para trás. É ficar só porque sim.

Coragem!

 A vida é a nossa praia.

para compreender os outros é preciso aprender os seus silêncios

A dada altura agarramo-nos à dor como se ela fosse um heroísmo e pomo-nos a expor as feridas como quem exibe condecorações. A nossa cabeça de pessoas crescidas é complicada. Descobrimos que há um prazer em listar achaques e traições e, se a minha chaga puder ser maior do que a tua, tanto melhor, isso reforça o meu estatuto. A verdade é que, se não tomamos atenção, a desgraça íntima torna-se um escanzelado pódio onde nos blindamos. Penso que uma viragem se opera quando aceitamos perceber que todos somos vulneráveis. É fácil reproduzir um esquema dialético em que somos a vítima e o outro é o agressor e esquecer que também ele é atravessado pelo sofrimento. De facto, não raro, a agressão é uma linguagem desviada para exprimir ou para dissimular a condição de vítima. Um necessário caminho é reconhecer que naqueles que nos ferem (ou feriram) há também bloqueios, mazelas e opacos novelos. Se não nos amaram, não foi necessariamente por um ato deliberado, mas por uma história porventura ainda

ou talvez seja...

O mais que tudo pressentir a tua presença esse pressentimento de luz associado à paisagem da minha predileção Pareço uma provocação, mas não Ou talvez seja… Os poemas são a única, a mais subtil e a mais pujante forma de te amar!

Estás no futuro!

Como é incrível a linha do tempo!  Subia, a toda a pressa, há uns largos anos, esta avenida pontuada de árvores lado a lado. Depois, ainda com bastante fôlego, expandia-me por ali fora por mais 3 ou 4 esquinas até a casa. Agora, e arfando por subir apenas 4 ou 5 degraus, percorro esta mesma avenida, muito lentamente e olhando em roda o silêncio da tarde. E eis que, qual instante em aparição, daqueles rápidos e intensos instantes que se nos surgem raras vezes, uma música desperta a minha atenção. Vai o som desta música ajudando ao passo batido neste caminho. Era uma música que costumava ouvir em 1987 e que reaparece em grandeza e pavor, exatamente no mesmo sítio. Tinha sido nesta mesma avenida que, segundo me alertou o meu processador de memórias, me tinha acontecido algo parecido, há uns largos anos. E, nessa altura, sonhava o futuro, entusiasmada na passada, algo despistada, mas alegre até mais não - na música e nos sonhos. Imaginava-me num futuro, linda e maravilhosa! Ergui-me em sob

Doce Julho

 Não estamos vivos para sermos entendidos mas para sermos perdoados uns pelos outros

vinte e nove ou trinta pássaros?

Estes pássaros são como eu bebem com os olhos a cor deste céu que é cor destas águas e voam

vai sem medo mas com cão

Vai sem medo mas com cão (não vá o diabo tecê-las…) leva a trela rente ao chão que por uma questão de precaução vale pelo sim e vale pelo não assim se cultiva a inação ficam com determinação as portas trancadas  finge-se não ver as janelas escancaradas anda o coração cansado… (foto de Tulin Eoturk)