Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Agora sim!

Corpo parado, olhos fechados. Vais acordar, vais acordar para a Vida…? Vais-te levantar e começar a andar. Olha à tua volta! Está um tempo ameno. Não há calor demasiado, passa uma brisa serena. À tua volta existe um verde demasiadamente belo. Deves observá-lo com atenção. Detém-te nas folhagens que se agitam. Ouves? Vibram à tua passagem. Esse som tranquilizante faz com que encares, todos os dias, os teus problemas com paz na alma. Ouve e vê e, enquanto caminhas, sorri. Agora acelera um pouco mais. Sentes? Ritmo! Chama-se ritmo! Acelera um pouco mais e atira-te a uma corrida! Há uma maior quantidade de sangue circulando dentro do teu coração. Isso! Sentes o impacto dos teus pés no chão! E o chão sente a tua energia. O sistema respiratório existe! Pensavas que nem conseguias respirar em condições e agora estás a arfar! O teu sistema está alerta! Os níveis de oxigénio e dióxido de carbono estão estáveis. Respira! Inspiras e expiras! A frequência respiratória aumenta! Pára e recomeça!

Tanta energia!

Aqui vos apresento os primeiros versos da cantiga de abertura de um dos desenhos animados da Disney mais hilariantes de todos os tempos: Phineas & Ferb: Cento e quatro dias que fazem as férias, a escola acaba com elas, mas o grande problema que todos vivemos é saber como aproveitá-las!! – dizem o Phineas e Ferb. E é quase impossível não ler isto a cantar! Pelo menos, para qualquer mãe que se preze e que conhece esta saga de aventuras. E qualquer pai ou mãe, neste momento do ano, alterarão imediatamente a letra desta cantiga para: 104 dias??!! Tanto tempo!! Nunca mais começa a escola!! Cadê os professores para nos aliviarem a carga?? É que o grande problema que todos vivemos é saber como suportar tanta energia! Cento e quatro dias!! Um dia, vinte e quatro horas, mil quatrocentos e quarenta minutos, oitenta e seis mil e quatrocentos segundos! É só fazer as contas! Portanto, isto é de loucos quando está em causa o seguinte: uma casa com filhos pequenos ou graúdos, férias intermináv

Jornal de cara lavada

Neste momento preciso, num qualquer dia de agosto deu-se o surreal acontecimento quando me preparava para o café matinal. O jornal que folheava tinha ares novos tinha havido uma inundação de informações da primeira à última página! Mas... informações prazeirosas histórias dignas de respeito e admiração casos de vida inspiradores!! Não é sensacionalismo! Não é imaginação! Atiraram fora as desgraças! as politiquices!! as fofocas e os absurdos!! Até a publicidade vinha de cara lavada! Expunha-se slogans que há anos não se viam em nenhum lado do género: «Dê um passeio em família!» ou «Leia um livro!» Até a secção da necrologia tinha sido substituida! Em lugar dos mortos fazia-se o elogio dos vivos e o louvor aos nascidos e aos respetivos apoios que os consolam!!! Mónica Costa (foto de Robert Doisneau)

Coração de harpa e cricrilar de grilos

Nascera pobre, um de seis irmãos. Tempo de guerra e fome. Todos descalços e habituados a roubar os frutos dos quintais da aristocracia. Banhos, só os de tanque com água gelada de inverno e mais três ou quatro tostões ganhos à base de muito trabalho desde tenra idade. E as famílias pobres portuguesas assim se sustinham nos anos pós segunda guerra. Havia pão recesso, quarta-classe para os sortudos e à custa de muita reguada. Crescera à lei da natureza, roto quase sempre, feliz na maioria das vezes. Espírito de luta e ambição suficiente para se ir safando. E quando conseguiu emprego digno de um cidadão de classe média, entregava quase tudo aos pobres. A que se reduz afinal a vida? - perguntava frequentemente – Apenas a um pedacito de emoção. Se tivesse de rebobinar a cassette, carregava no botão «On» no exato momento em que um tal Volkswagen estacionava ali mesmo numa tal garagem. O caminho em paralelos impunha sempre uma chegada pouco discreta. Um Volkswagen branco alinhado para a a

Os que tornam a Terra triste!

Terra! O mais completo planeta do Universo Berço das mais variadas sementes Tu que nos presenteias com a sombra das tuas árvores! Tu que abençoas teus filhos com a mais pura das águas! Terra! És a inspiração para qualquer verso As flores te sorriem, não sei se sabes… As aves que povoam o céu te idolatram Os animais esforçam-se em perfeita comunhão. Terra! Somos nós os culpados! E somos aos milhões! Nós que sabemos que a água é mais bela quando estala pura e limpa Mas fazemos tudo ao contrário… Ondas que estais para aí a falar? De nada vos vale praguejar! Em vão ostentais a vossa revolta… E tu, pomba, por que ficais aí especada? De nada vos vale o lamento Em vão ostentais a vossa liberdade. Este é o vosso ( e nosso) destino! Levar com o nosso lixo em cima Nós, os que tornam a Terra triste! Mónica Costa

E dá uma vontade de partir em busca do silêncio e do paraíso!!

Uma das coisas que mais irrita neste mês de agosto, e que faz com que alguns de nós atinja níveis consideráveis de irritabilidade, é a quantidade de gente que surge de todos os lados. Qualquer sítio, por mais insignificante que seja, é palco de aventuras de uma trupe de turistas quase sempre obcecados com a necessidade de diversão. E são tantos! Neste momento, há um variadíssimo leque de turistas no nosso país. Há novos e velhos, ricos e pobres, chineses e ingleses … e os turistas de garrafão. De repente, o cantinho sossegado onde costumávamos tomar um café ou a lojinha onde íamos escolher os legumes e frutos, o quiosque onde se compra o jornal ou se escolhe a raspadinha, tudo fica desassossegado.  E dá uma vontade de partir em busca do silêncio e do paraíso!! Hoje, à mesa do café e, lendo o jornal no meio da multidão, dei de caras com uma crónica muito divertida de Luís Pedro Nunes que escrevia « …fiz catorze horas em três viagens de aviões e deram-me, como pedido, uma das cabana

Aretha Franklin - Don't Play That Song (You Lied) [1970]

Quietinho...que não me estou a sentir bem...

MULHER - Eu sei que estás impaciente! Terrível até…! Hoje, se queres saber, eu também não estou para amar…  MULHER - Hoje têm-me dado uns apertos no coração! Ai! Ai!  Não é por nada, mas ando aflita. Ando com faltas de ar, ando cambaleando, cheia de tonturas… é só isso. Pronto, ficas já sabendo que é só isso.  MULHER - Assim, só te peço uma coisa. Ficas aqui só um bocadinho e seguras a minha mão…não vá eu cair…é que ando com tonturas. É isso, preciso que me dês a mão! Depois vais-te… MULHER - Vá! Já agora que estás aqui (mesmo que contrariado) apalpa-me o pulso. Só para ver se há vida, não vá o coração parar de repente e eu tombo.  MULHER - Olha!! Não apertes com tanta força que me esmagas as falanges! Ai! Bem, estás a brincar ou quê?!! Devagarinho, convém ser tudo muito devagarinho…é que eu não me estou a sentir bem… é só isso! MULHER - E agora?!! O que estás a fazer? A entrelaçar o teu mindinho no meu mindinho? Ui! Isso não é dar a mão! Isso é deixar  a mão em in

Idiotices

A porta estava fechada e afixaram-lhe um aviso « Proibida a entrada a estranhos». Mas a porta sempre estivera entreaberta. E eu, que tinha passado ali toda uma vida naquela esperança teimosa de entrada, nunca fui considerado como um estranho! Mónica Costa (pintura de Francesco Mangialardi)