Já viste como são da cor das árvores os meus cabelos que, ao som da chuva que cai, esvoaçam em farripas despenteadas? E sentes como é bom andar por esta rua, nesta tarde tão molhada? E vês como ando de olhos vivos, dóceis ainda, tão prontos na procura? Já reparaste como a cor se espalha e nos faz notar? Vermelho, verme, tinta, encarnado, carne viva? E o que dizer destas faces coradas? Sentes como, de tanto caminhar sob este chapéu de chuva escarlate, as emoções estão ao rubro? Perto de ti, tudo inflama.
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