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Ando pensando que não em mim!

Ando pensando que não em mim!

Aqui estou eu, agora, desnudada,

metade de mim filha, a outra metade de mim mãe

Saltam da minha boca palavras com carne e palavras de sangue com sangue 

que sustentam a ternura

Lábios de filha prontos para beijos mansos e ternos em pele enrugada 

ou lábios de mãe para beijos tontos e repenicados em pele jovem e lisa

Um braço amparando a fragilidade 

e o outro a controlar a pujança e a rebeldia

Cabem no meu colo o corpo débil e mole da minha mãe

o corpo cada vez mais musculado do meu rapaz gigante 

e o corpo elegante e harmonioso da minha mulher bela que ajudo a crescer

Tenho cheios os olhos molhados de ternura 

E vibra no meu peito um coração cada vez maior e mais apertado

E ganho todos os dias pernas rijas para seguir em frente

por caminhos onde nada me detém,  seguindo rigorosa e atenta 

Aqui me  têm, meus filhos e minha mãe, como Mulher

enriquecida pela força maior que é o Amor de Mãe!





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