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Chamar-lhe um figo

Ela juntou-se a mim ou fui eu que me encostei à sua sombra. Já nem sei. O que sei é que, quando dei por mim, tinha nas mãos estas doçuras que ela me dera. Ou fui eu que lhas tirei. Já nem sei.  

O que sei é que há quem as devore inteiras. Eu prefiro pegar-lhes com as duas mãos. Com cuidado. São moles e são umas doçuras. Exigem cuidados. Ou esventro-as, tal a ansiedade de lhes meter a boca. Já nem sei. O que sei é que, quando dei por mim, já não era uma, eram quatro e todas despedaçadas. E há restos que ficam. O que sei é que há quem as devore, engolindo-as por inteiro sem deixar qualquer vestígio. Eu costumo deixar vestígios e já não consigo disfarçar felicidades.





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