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são palavras que se desmastigam e me avisam

decidiu o meu corpo dar ordens de ataque e sou ninho evoluindo por entre ácidos

são pedaços e pedaços minúsculos boiando regozijando-se em líquidos enredados 

uma azia, um friozinho, uma agonia no estômago que vai crescendo

sou eu e eu degladiando-se em excessos e embaraços

embrulharam-se-me as palavras que surgem em emaranho e sobem

trilhando o caminho inverso de baixo para cima

empurram-nas os movimentos peristálticos e ganham forma

e surgem em bocejos, arrotos e outros gemidos internos, sílabas, bocados de verbos

que se vão constituindo em fonemas cada vez mais intrincados

a garganta e a língua à mistura já nem respondem 

são palavras que se desmastigam e me avisam

que o melhor será ficar calada e aprender a respeitar as minhas entranhas







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