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monumentos de raízes no chão e de braços erguidos ao céu


E, assim, continua… anda a árvore de boca em boca, de mão em mão…


São assim as árvores: cúmplices e companheiras num aparente mutismo. Por vezes, sob o impulso do vento, esse agitador, sussurram-nos suaves melodias, outras parecem protestar de uma raiva desconhecida, agitando os ramos e as frágeis folhas.

São incoerentes as árvores: vestem-se quando o calor se avizinha e despem-se, atirando com fingida displicência a folhagem ao chão, quando o frio ameaça e, depois, se impõe.

São assim as árvores: generosas – e gratas - na partilha do fruto, da lenha e da sombra, numa obediência voluntária às necessidades dos homens.

Como anciãos experientes e sábios, as árvores falam-nos, sem voz que se oiça, do tempo, do que passou e do que há de vir.

São assim as árvores: monumentos de raízes no chão e de braços erguidos ao céu, agradecendo a chuva que as alimenta e o sol que as ilumina e revigora.


(Foto e texto de Lu F., 08/12/2021)





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