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Assim vai o corpo assim está a alma

Vai a cabeça ao tecido
e desliza pelo corpo abaixo o vestido

Manga larga roçando os cotovelos
e há nos ombros a cor que o sol dourou

Vestido leve, leve a abrir na minha perna
passo solto, passo descontraído

Ancas balançando ao sabor dos dias quentes
e sou pele à espera da carícia do vento

Assim vai o corpo assim está a alma

Preciso apenas deste intervalo
O tempo de uma pausa
Pois ainda ontem estava o fardo pesado
eram peças e peças de roupa aprisionadas
às vezes à chuva à espera de melhor fado

mas agora vou leve, leve
deliciosamente despida pelo tempo

Mónica Costa


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