Avançar para o conteúdo principal

Lugar

Lugares. 
Do caminho que trilhas andando. Um semáforo em verde que te acalma e que permite a tua passagem ou um sinal vermelho que te acende por vezes. Lugares. Quem me dera ter a certeza. Uma casa. Aquela casa de janelas cor de laranja. Um jardinzito de nada que encerra todas as alegrias da terra. Quem me dera ter a certeza desse grito de mar que pintou aquela casa de verde. Em certos momentos deténs o passo. Um lugar. Quatro degraus e sobes. Uma porta da cor do mar. Noc! Noc! Uma onda com cor de porta! Só terás a certeza quando entrares. Uma sala de fogo que te acolherá.  Um dia, disseste o que é para ti engolir entre dentes cada letra F  E  L  I  C  I  D  A  D  E. Mas como a felicidade é difícil de contar!... No meio da sala uma mesa redonda. Rosa azul ao centro. Janela aberta qual semáforo verde para deixar entrar a brisa. E os dedos de sal vão desenhando os omoplatas. Percorrendo suaves, lavrando o dorso. Não tocam imediatamente, mas deixam queimar. Bafo quente… E teus olhos! Música noturna metade a metade, persistindo em tranquilidade aquática. Mas como a felicidade é difícil de contar! Barro que vai sendo moldado. E quando chegas à curva alada dos meus ombros, já os pés se elevaram cinco centímetros do chão. E entra a luz assim de súbito, pintando a casa toda por dentro de laranja e verde em tons de azul. 
Lugar!

Mónica Costa




Comentários