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Não quero ir para a escola...

Talvez se insira na rábula, bem conhecida, de "...mas tens de ir. És o Professor.", mas, prestes a sair de casa, é o que sinto.
Já lá vão os anos em que, acordada antes do despertador, ruminava sobre abordagens fixes das matérias do dia. Hoje, fico com o acordar antes do despertador a pensar "Pombas!...quantos dias é que faltam para o final?".
Não significa que me considere pior profissional. Aliás, creio que, cada vez mais, alcanço o patamar de "Excelente Profissional"...sem direito a créditos, como é óbvio! Isso é para os Outros, os que brilham nas fotos de grupo, de sorrisos vitoriosos (não sei bem do quê) e glamorosos, à Colgate, nova pasta anti-corrosão.
Excelência por ainda andar por cá! Bem, poderia mudar de vida, poderia, ...mas isso seria admitir a vitória do "sistema" e a derrota do caminho percorrido. Assim, encorajada por cliches bonitos e de inspiração q.b., lá vou desempenhando as tarefas, sim virei tarefeira, consignadas no horário. Hmmm, pensando um pouco, exercício já de si pouco recomendável, talvez até encontre umas piadas para divertir a malta e criar um "ambiente salutar de trabalho". Está justificado o rendimento auferido no final do mês!
Tudo o que ultrapassa esse patamar é extraodinário! Caramba, de Excelente virei Extraordinária!
Pensando, sei que não o devo fazer, sou Extraordinária...sem direito a crédito, como é óbvio! De tal forma que consigo ter perfil para, praticamente, tudo. Do horário, salto para as envolvências da/na Comunidade Educativa. Arre, isto é que é uma estopa! Energia inesgotável, rodopinado como prima ballerina: entra, performance, sai!...desliga o piloto automática, reenicia o ar sorumbático e o burburinho maldisposto. Ingratidão absoluta para com aqueles que são o meu sustento! Xaxus, quem te viu e quem te vê!
Está na hora de começar a cobrar...o dilema é não saber, assim concretamente, a quem cobrar. A jovem crente, idealista, rasteja em dias de 24 horas. Quero culpar alguém!...mas são tantos que acabo por pensar (sei, sei,...não penses!) ser mais fácil bater no ceguinho. Escolher o ceguinho, chego à brilhante conclusão, de que não é tarefa fácil.
Deste modo, e por já estar esgotada destas palavras ora escritas, reitero "Não quero ir para a escola!".
P.S. Não me venham com tretas género "Muda que há gente que quer trabalhar!!".  Não é o trabalho, sou uma trabalhadora exemplar!, é, sei lá, tudo o que me tiram ao trabalhar.




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