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Agora, para tua felicidade, a música é outra.

À minha frente, há uma irreverente ligação telefónica terráqueo/ marciano.  Ainda sorris com os teus óculos redondinhos e o cabelo vermelho rebelde.  Ó Rita Lee, foste tu a responsável por tudo isto.  O marciano nem sequer sabia que existíamos!!   E agora? Aqui és tu que nos cantas daí desse lado. Cabe-te agora a salvação deste mundo que vês com olhos extra de uma espécie de marciano atento.  Pairas no universo e estabeleces comunicação connosco.  Estás tu entre os teus bichos e curtindo a tua alegria e, de quando em vez, olhas do Universo sentir-nos-emos observados! És tu própria noutra dimensão.  Colocaste-te noutro lugar e, assim, consegues enxergar  este mundo, tão desequilibrado e ganancioso!  Agora, para tua felicidade, a música é outra.

estranho e fascinante

 é estranho como perdemos... é estranho como ganhamos... e a noite soa indelével... quiescente assento... é fascinante como continuamos... é fascinante como mudamos...

Se corres no momento do disparo

Se corres no momento do disparo pode o efeito ser contrário pode ser efeito de rasgo soar a técnica ousada toque de artista do pegar e largar mas nada está, nada fica pode o efeito ser contrário um chegar sempre antes do tempo tal a pressa de chegar ou um chegar já demasiadamente atrasado… Abranda. Aceita. Equilibra. Respira. E corpo de água fluindo sem pressas disparo nítido dando à dança seu doce argumento!

e há os que nem se atrevem a atravessá-la...

vens da terra vai ao ferro caminhas acima da água com os olhos postos no céu cruzadas nela tantas quantas vidas, a tua também e há os que nem se atrevem a atravessá-la...

bicho da terra e pequeno

fico bem assim resignada à condição de bicho da terra e pequeno

livremo-nos

mulher, arte, amor, poesia, mar, viagem, voz, sonhar, café, ler, palavra, grito, sentir, escolha, vestido, bicicleta, respiração, pessoa, conhecimento,  chave, luz, música, dançar, ouvir, paz, partilha, vermelho, risco, quebrar, choro, rua, manhã, caminhar, ver, nu, pensamento, gostar, sábado, eu, lápis, ir, ficar, chocolate, festa, igualdade, pôr do sol, chuva, sorriso, azul, flor,  tu.

a mansa-fúria do nosso amar!

Se hoje não estivesse aqui onde estou, nem tu ausente de mim estivesses, na tua boca sensualizada havia de celebrar a mansa-fúria do nosso amar! poema de Severino Moreira

voando para sul

Nestes últimos tempos tenho acordado muito cedo, muito antes do cantar dos pássaros. Vou com um olho aberto, outro fechado, cabeleira em sobressalto e pijama em desalinho em direção à janela. Abro-a sorrateiramente e apanho-os, normalmente, sem pio.  Mas, hoje… sou surpreendida por umas empreendedoras madrugadeiras de asa preta. Nem imaginam quanto chilrear há neste alpendre! Mesmo aqui, no canto superior direito desta varanda, descubro um ninho de andorinhas! E nada estão preocupadas com a barulheira que me espanta. Lá andam na sua azáfama, entrando e saindo dos ninhos em execução, desenfreadas e em grande alarido como quem prepara uma festa. Três ternurentas bolinhas pretas sobrevoando o meu pátio e vão chamando outras numa alegria tal que nem dão por mim. E assim me conseguem convencer de que vale a pena começar o dia a sorrir e encará-lo como dia de festa. Aos primeiros, embora tímidos, raios de sol, fico completamente rendida a esta luz que alimenta este bailado de andorinhas. São

segredo

faz o favor de me abrigares só teto nada de paredes meias amoras bravas dependuradas restos de flores silvestres daquelas bem abandonadas mas bonitas à beira da estrada a compor a tua entrada mandas vir outra vez as ovelhas como quem chama pelas cabras e deixas entrar as garças, rosas do sul, como quem põe a tocar uma valsa de Strauss