Em primeiro lugar, porque é o que eu sinto. Depois porque, hoje, é o dia mundial da Poesia e, finalmente, porque o início desta primavera fica assinalada pela morte deste poeta com 80 anos de vida dedicados aos poemas. O desabafo de Gastão Cruz é também o meu e o de muitas pessoas que fazem, olham, fotografam, sentem, pensam, dizem e escrevem em forma de Poesia: «Os poemas que fiz, só os fiz porque estava pedindo ao corpo aquela espécie de alma que somente a poesia pode dar-lhe.». Cedo nos impõem uns pais, uma terra natal, uma língua, um sexo que rotula. Impõem-nos, desde muito cedo, um credo, um nome e umas quantas vestes que devemos envergar. Mas, à medida que crescemos e envelhecemos, é-nos dada a possibilidade e escolhemos, preferindo e detestando, amando e desprezando… e, como diz alguém, é saber lidar… Podemos resignar-nos à condição imposta ou esbracejar até ao último dia da nossa vida em prol do que mais desejamos, daquilo que nos alimenta a alma e que é muito mais importante d