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Hoje estamos cá, amanhã logo se vê!

Hoje, faz precisamente dois anos que Portugal parou!

Entramos em estado de alerta por causa do novo coronavírus.

Diziam os entendidos, que no fundo entendem tanto como nós, que não chegava cá. Viu-se... Chegou e matou.

Foram tempos difíceis, psicologicamente, para os mais sensíveis. Lembro-me de ver os noticiários e só se falar em morte. 

Em Itália, viam-se filas indianas de caixões. 

Ia ficar tudo bem! 

Se há frase que me irrita é esta, mas para tudo! Se começa mal, nunca pode acabar bem, acaba diferente e temos de nos adaptar à nova realidade.

Viemos para casa, eu dei aulas online, perdi-me em papéis, deu-me vontade de atirar o computador pela janela. Os professores trabalharam 24 horas sobre 24 horas, fizemos piquete. Os enfermeiros e médicos, coitados, deixaram as suas famílias para salvar vidas alheias.

Os restantes vieram para casa, tomaram conta dos filhos. Uns receberam apoios, outros aproveitaram-se dos apoios e outros perderam a vergonha e trataram funcionários como lixo, como se fossem eles os culpados pela pandemia.

Enfim... As mentes, os valores e os sentimentos, esses perderam-se... A pandemia fez estalar a loucura, o egoísmo e a indecência nas pessoas.

Ninguém aprendeu nada com isto, muito pelo contrário...

Hoje, dois anos depois, estamos pior e bem pior.

Para quem acha que a Guerra é só na Ucrânia e pode continuar a viver tranquilamente, engana-se... Numa guerra todos perdem. 

A Ucrânia não vai ceder, aquela gente tem colhões de aço e prefere morrer a viver subjugado. Independentemente daquilo que isto pode trazer, acho bem. Se eu vivo num país livre, em plena Europa, eles também têm esse direito. Um dia, mais cedo ou mais tarde, a WW III rebenta.

Dezoito dias depois, nós, no nosso cantinho, já começamos a perder. Já nos apercebemos que vamos ter escassez de alguns alimentos. E como sempre, como somos excelentes a ser egoístas e depois vamos à missa como santos, bater com a mão no peito, já começamos a açambarcar bens alimentares. 

Há dois anos foi a guerra do papel higiénico, desconfio que há gente que ainda tem papel higiénico dessa altura.

Agora é a guerra do óleo, dos combustíveis, dos cereais e do raio que parta os egoístas que por aí andam.

Tenham juízo, nem sabem se daqui por uma semana estão aqui. Preocupem-se em contribuir para que todos tenham hoje, principalmente as crianças, porque nós, adultos, lá damos o jeito com um caldinho de couves.

Se há frase que tenho na memória é " Fome, Peste e Guerra", em dois anos tivemos o pacote completo. 

Em dois anos, a humanidade piorou... 

O egoísmo impera. 

Não vai ficar tudo bem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca... Mesmo quando a tempestade acabar, quem se viu no meio dela, vai guardar marcas e mágoas para toda a vida.

Espalhem amor!

Hoje estamos cá, amanhã logo se vê!

(texto de Sofia Teixeira)





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