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Mensagens

bom

e bebe-a se preciso  à vontade que persiste à alegria que existe às pessoas mais belas       retumbantes! capazes de me provar que estes meus sentimentos são bons porque me dizem que sim em vez de não!

que mais que desgraça é virtude

talvez vos console saber que estou só que nem uma haste seca no verão folha à solta na calçada inebriada pela cor um ping único em chapa gasta sorriso pouco breve apagado nestes tempos em que ficamos quase todos sós uns dos outros e até de nós talvez seja atitude honesta admitir-vos esta condição de mim como um só que se acostumou a tanta solitude que mais que desgraça é virtude (texto construído para representação, 2025)

Como?

Como dizer o cheiro da alfazema da urze dos beijos ou dos corpos Ou disso tudo junto? Só estando lá. (Manuel Resende)

manhã

ouve como soa vem ligeira e doce passa e deixa leve rasto  de paz

Portanto, pega na sacola e gira.

Em qualquer casa há uma cadeira. Ou um sofá. Perigosíssimo.   Sentar durante muito tempo cria cova. E quanto mais tempo se lhe dá assento, mais o rabo arredonda a cova e, um dia, buraco.  É preciso fazer da ira ou da impaciência (ou tão só do deambular e instantânea vontade do ir) o mote para não estar quieto. Os dadaístas defendiam um único momento na cadeira «significa pôr a vida em perigo» (li algures). Há que andar. Nem que seja em círculos à volta da cadeira. E a música é um bom aliado que dá que fazer à perna e ao braço. Faz reagir. E quanto mais alegre a tónica, mais se abana o capacete. Portanto, pega na sacola e gira.

tudo o que excede os 90 segundos e os 160 caracteres já é tempo demais

É uma canseira escrever. Aliás, tudo cansa, nos dias de hoje. Tudo o que excede os 90 segundos e os 160 caracteres já é tempo demais. Não há paciência! Quanto mais escrever à mão e em caderno de linhas! Ui! Escrever um texto que se possa chamar de texto com direito a parágrafos é um verdadeiro tormento. Não há cá lugar para longos textos! Basta-nos umas quantas breves mensagens e nem é preciso que vá com as letras todas ou com acentos ou pontuação. Aliás, o uso de pontuação está ultrapassadíssimo e desvenda imediatamente qualquer coitado que ainda se arrisca a escrever como não deve ser. Ou como deve ser. Já nem sei. A única certeza que tenho é que é um aborrecimento escrever. E ler. Tudo o que excede as cinco linhas já é abuso.  Prova disto que te exponho é que, a esta altura, já deves estar com fortes dores de cabeça e uma pontada no coração por tanto palavreado que aqui vai. Acontece que este fenómeno estranho de articular ideias e, portanto, estruturar frases é apenas para gent...

todas as outras me assolam

Há uma palavra que nos guarda Carinho. Assim seja. Assim seja. Façamos por a resguardar. É a única que quero. Todas as outras me assolam.

Nada do que se espera transforma o que somos se não for isso

Nunca são as coisas mais simples que aparecem quando as esperamos. O que é mais simples, como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se encontra no curso previsível da vida. Porém, se nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos nos empurrou para fora do caminho habitual, então as coisas são outras. Nada do que se espera transforma o que somos se não for isso: um desvio no olhar; ou a mão que se demora no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios. Nuno Júdice

o corpo o rosto que emprestaste mais a voz que lhe deste

quando desce o pano, ficas tu apenas apagam-se as luzes, as cadeiras vazias restolho a teus pés,  o silêncio instalado desce o nervoso controlado às pernas tremem pelo entusiasmo depositado o corpo, o rosto que emprestaste mais a voz que lhe deste  ao poema és tu apenas  e a ceifa e mais a sensação da alegria que teima