Avançar para o conteúdo principal

desde o primeiro segundo uma vida

quando deixar de escrever versos

inocentes, inúteis,

dos que nem aquecem nem arrefecem

como estes que te escrevo neste momento

quando deixar de falar dos ridículos barquinhos de pesca

que atracam 

ou das gaivotas que em bandos se agitam

quando deixar de reparar nas pedrinhas e minhocas

e noutros elementos fundamentais

quando preferir os versos intelectuais

contados dedo a dedo perfeitos e acentuados

na sexta e na décima silabas, rigorosamente

já estará o caso mal parado

e, aí sim, peço toda a tua atenção 

porque será caso para preocupações 






Comentários