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Está uma tarde parada com uma chuvinha que chora

Está uma tarde parada com uma chuvinha que chora

Ruas quentes agora onde ainda ferve o asfalto

Silêncio absoluto.

Umas pingas cortam-no em instantes ritmados

 batem na chapa torta mesmo aqui ao lado

um pingue – pingue que parecem lágrimas espaçadas

Estamos todos confinados. 

Menos aquele gato.

Gato vadio que tem direitos que eu não posso.

Passeia imune na rua por cima do telhado de chapa

Uma chapa torta mesmo aqui qual fronteira farpada

que recebe as pingas que cortam este nosso silêncio

e serve de trampolim a este gato vadio que insiste 

Foge o gato. 

Volta o silêncio absoluto.







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