Está feliz. Tem obra feita.
Sabe que é quase fim.
Por isso abotoa o casaco devagar. Como quem se fecha.
Está em paz. Não gosta das casas grandes sem teto.
Por isso resgata o chapéu à cabeça. Como quem se cobre.
E se perguntarem que mais quer.
Sabe que pouco.
E muda a água ao afogado.
Como último refúgio para os seus males.
É o ultimo troféu arrecadado.
É, finalmente, o abençoado equilíbrio
entre afetar e ser afetado.
(a imagem é obra de Martinho Dias)
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