Sob um furor inusitado escapou-se o lenço em tons de ocre
pelo tejadilho escancarado do carro.
Lá vai ele espalhando possibilidades qual rei da festa que é só nossa
soltar-se-á sem freio neste céu
acabando, no final, aparcado em qualquer copa de árvore.
Acontece-me, agora, e, por júbilo, não mais querer saber
daquele que, afinal, meu cabelo refreia.
Bem mais vadio que o lenço ocre que se escapou
é o tejadilho que quisemos escancarado
nesta festa que é só nossa.
(pintura de Izumi Kogahara)
Comentários
Enviar um comentário