E quem os visse de cabeça baixa e espinha curvada haveria de pensar que andavam de mal com a vida. E não! Não era nada disso! Naquela altura, era apenas a única forma de estar. Eram uma mistura de bichos e homens que não tinham vista para o horizonte. Enxergavam a meio palmo e mal. O que viam, existia e o que não viam, não existia. Simplesmente assim! Mas tudo muda e, um dia, a espinha endireita-se e avista-se o além. É a terrível e magnífica lei da evolução. Foi assim que ficou esta nossa mania de ver e ver e ver. Até ver coisas que não existem porque, às vezes, à força de não se ver, imagina-se, adivinha-se. E lembrei-me desta coisa da cabeça baixa por causa desta nossa postura, ultimamente. Quem me vê, há de pensar que ando de mal com a vida e não! Nesta altura, é a única forma de estar. De espinha curvada a enxergar meio palmo e com a ajuda de óculos. Mas esta postura não é de abatimento, é de concentração, atenção a todos os pormenores. Algumas vezes, cansaço, é verdade, mas,
Algo que interessa ou não... Não sou única nem diferente... Gosto de desanuviar e, quem quiser desanuviar comigo, é bem vindo.