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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2020

E chega de realidade!

Eu tenho casa, carro e pago as minhas contas Tenho o meu trabalho honesto que suporta tudo isto E chega de realidade! Esta é a dose certa que consigo suportar… Tudo o resto é o que me interessa! E não é a realidade que me interessa! (é apenas o que preciso, mas não do eu gosto!) Do que eu gosto e o que me faz respirar, eu vos digo  (… e chamem-me louca que eu também gosto!) Vivo para apreciar as diferentes formas das nuvens no céu! Para sentir a areia molhada nos meus pés! Para sentir o calor da cama nas manhãs de sábado! (e os sábados são abençoadamente pacíficos) Vivo para caminhar sentindo o vento nos cabelos ou os raios quentes do sol no rosto! Vivo para abraçar e extrair luz dos olhos de quem quer o Bem! Vivo para saborear um livro (escritos de quem sente a vida assim)! Vivo para deixar a música entrar em mim! (uma das maravilhas deste planeta!) Vivo para rir e para chorar, sentir, enfim! Vivo para falar e saber ouvir! Dizer desculpa se assim tiver de ser… E

Silogismos

Cheguei às doze, nascia a tarde e nada de nada as árvores pareciam deitadas, os bancos esparramados Esperei pelas treze e uma faísca tímida surgia na vidraça Saltitavam as folhas ao sabor do vento… tudo parado… E nada de nada… Eram catorze quando disparou um raio e tu chegavas E já às quinze uma luz intensa me inundava!! Portanto, daqui para a frente, quando nascer a tarde e as árvores parecerem deitadas e os bancos esparramados E nada de nada… Já sei que às quinze… Mónica Costa (qualquer semelhança com a realidade é pura ficção!) (fotografia de Renato Roque)

Lua Cheia

Quando era nova e a minha avó velha dormia, por vezes, em casa dela. O quarto era pequeno e a cama alta eram só portadas fechadas, as cortinas nem vê-las! E com o escuro, mal a porta do quarto fechava, um cheiro a camisa de dormir que se misturava com o sabor a leite das palavras e a voz da minha avó qual miado de gato me ensinava assim pela calada da noite: «Anjo da minha guarda Anjo deste dia guardai-me de noite e de dia andai sempre na minha companhia» Não me deu mais do que isto a minha avó velha… Pensando eu que recebera pouco dela!!... Mas, hoje, em noite de lua cheia, creio ter tudo o que me convém! Mónica Costa

o meu lugar preferido

Tu és apenas uma uma das maravilhas possíveis que se mantém perto de mim doce e dura! És tu, Poesia! És impulso que me faz voar! És força que me faz acreditar e levar a cabo as mais interessantes operações! És energia que me faz sorrir e construir a esperança! És motivação e enleio! És a arte de morder e gostar de mim e de ti! E que nunca nenhum pedaço de realidade absurda me faça desistir de ti! Mónica Costa (foto de Purkayastha)

primavera encarcerada

Não sei se por afronta ou infinita liberdade Não sei se foi pela minha teimosia privada ou a ânsia do corte profundo com a quietude comezinha que reparei, hoje, na minha mãe ciente de que conseguiria abrir uma fresta naquele muro mas há pessoas que não têm remédio... vão deixando andar... E lá ficou ela obsessivamente enfiada naquela cozinha a limpar e limpar o que não se limpa firme por entre paredes que se dissolvem dia após dia As mães ensinam-nos sempre tudo nem que seja por afronta ... e quem vier depois que pague a conta! Mónica Costa (pintura de Arthur Hacker)