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Semeador de estrelas

Quando era miúda, via muitos filmes e as pessoas grandes, à minha volta, faziam questão de afirmar que eu via e fazia muitos filmes. E tentavam provar constantemente que a vida nada tem de filme, pelo menos com aqueles cujo final é feliz. Demolidora e eficaz estratégia?! De facto, tiveram alguma razão. A vida não é um filme. Mas o mais controverso é que os filmes são o fruto da vida. É nela que eles se inspiram. 
E há um pedaço de caminho onde os candeeiros da rua iluminam os passos da gente que passa que me faz lembrar quase sempre um filme que vi há uns anos. E, numa espécie de vento, a única árvore que ali persiste, verga-se quase sempre com a ventania, mas nunca quebrou. É uma imagem fantástica que me faz acreditar na nossa capacidade de final feliz, mesmo quando insistem na anunciada infelicidade óbvia. 

Mónica Costa
(escultura semeador de estrelas na Lituânia)




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