Querido coração:
Aqui estou eu entalada em buraco fundo, enxotada deste mundo
E hoje, tal como ontem, dormi esmagada pelo sobressalto em que me afundo.
Em sonhos, só me vejo empurrada de um alto e desfeita em trambolhão
Fecho os olhos e vislumbro vultos em confusão a estilhaçar-me o corpo com arpão.
De dia, em correria desmedida e calada na corrida pelo medo de protestar
perseguem-me figuras imponentes aos pontapés, fazendo-me rebolar.
Sinto uma mão gigante entornando ameaças, sete pedras em vez de versos
Ando de olhos nos pés, adotei a tristeza como modo de ser.
E aqui estou eu, a debater-me em vão, ordenada a uma resignação calada
Atrás de portas que abrindo assustam, fechadas são cicatrizes envergonhadas.
Esta é a minha sina, é solidão desmedida, não há lei que me acuda
O melhor é resistir, não criar ondas nem pensar sequer em ajuda…
Ninguém quer saber, o melhor é aguentar devagar... por amor…
(ah! louco coração!)
Mónica Costa
Aqui estou eu entalada em buraco fundo, enxotada deste mundo
E hoje, tal como ontem, dormi esmagada pelo sobressalto em que me afundo.
Em sonhos, só me vejo empurrada de um alto e desfeita em trambolhão
Fecho os olhos e vislumbro vultos em confusão a estilhaçar-me o corpo com arpão.
De dia, em correria desmedida e calada na corrida pelo medo de protestar
perseguem-me figuras imponentes aos pontapés, fazendo-me rebolar.
Sinto uma mão gigante entornando ameaças, sete pedras em vez de versos
Ando de olhos nos pés, adotei a tristeza como modo de ser.
E aqui estou eu, a debater-me em vão, ordenada a uma resignação calada
Atrás de portas que abrindo assustam, fechadas são cicatrizes envergonhadas.
Esta é a minha sina, é solidão desmedida, não há lei que me acuda
O melhor é resistir, não criar ondas nem pensar sequer em ajuda…
Ninguém quer saber, o melhor é aguentar devagar... por amor…
(ah! louco coração!)
Mónica Costa
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