Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

à prova de balas

Tic tac  tic tac  tic tac.  Desta vez é assim.  Tirar os pés do chão e dar corpo à pele que, afinal e secretamente,  sempre desejamos ter.  Tic tac  tic tac  tic tac.  ... faltam apenas oito dias. 

Mas ao que chega e ao que passa atenta e sente no que restou…

Foi-se o rei e a rainha (quantas vezes idolatrados) Foi-se o conde e a comitiva Foi-se o bobo e a escrava (tantas vezes incompreendidos) Foi-se a forca, a barbárie e o baraço Foi-se o encoberto e o embuçado Foram-se os canhões e os batéis Mas ao que chega e ao que passa atenta e sente no que restou… Foram-se os dedos, loucos anos «dourados» MAS ficaram os anéis…

a noite já vai longa e o adro invariavelmente cheio

a música tem esta particularidade maravilhosa de entrar e ficar para que uma e outra vez se repita e nos chegue numa rua qualquer com a inesgotável nostalgia ou alegria ou tristeza ou saudade mas sempre como algo de bom que fica para sempre

alguns têm a sorte de ficar com as partes piores

Tu que te endireitas mais uma vez nessa cadeira e olhas para mim dessa maneira.  Tu que, por norma, falas de coisas bonitas,  fala-me do fracasso.  Da beleza do fracasso.  Pois bem, sabendo nós que há sol hoje, particularmente, chove.  E a chuva que cai neste dia não anula nem o dia de sol que viveste nem o dia de sol que há de surgir.  Até porque, olhando para ti desse jeito,  está o dia de sol estampado no teu olhar –  o que já sentiste e o que esperas sentir.  Portanto, não falemos de sol.  Falemos de chuva. E de como vieste parar aqui.  Foi por causa da chuva.  Muito provavelmente, se fosse dia de sol,  não terias passado por mim. E está-se bem aqui, não achas?  Sim, muito bem. 

Anda! Não te acanhes!

aquele bocadinho soube à grande alegria das coisas pequenas e boas que nos fazem lembrar que as coisas grandes não são grande coisa

desencontros

Talvez  nunca chegues a ter tempo. De te encontrares para que me encontres.

Ignoro se um pássaro morto continua o seu voo

Quem te disse que uma decisão a tomar é sempre entre uma coisa certa e uma errada? Quem te disse que a mão que nos estendem é sempre porto seguro? Quem te disse que o caminho andado um dia há de acabar? (o título é um verso de Daniel Faria)

há que dar que fazer ao corpo

há que dar que fazer ao corpo deixá-lo ligar-se, escorrer suor por ali abaixo propor-se roda, fogo, objeto em ascensão há que lhe dar degrau a degrau apesar do peso que o atira ao chão dar-lhe a volta, virá-lo graça, pena, falsete extenuá-lo, dar motivo ao coração para ainda conseguir bater  por dentro das vértebras todas não o deixar esmorecer

Todos somos muitos por dentro

Traz-se homens na cabeça mulheres no peito crianças no ventre velhos na mão os pés arrastam-nos pesados como se fossem vinte de cada lado. Todos somos muitos por dentro. E, no entanto, aparentamos a fragilidade de um só por fora.