Tu que te endireitas mais uma vez nessa cadeira e olhas para mim dessa maneira. Tu que, por norma, falas de coisas bonitas, fala-me do fracasso. Da beleza do fracasso. Pois bem, sabendo nós que há sol hoje, particularmente, chove. E a chuva que cai neste dia não anula nem o dia de sol que viveste nem o dia de sol que há de surgir. Até porque, olhando para ti desse jeito, está o dia de sol estampado no teu olhar – o que já sentiste e o que esperas sentir. Portanto, não falemos de sol. Falemos de chuva. E de como vieste parar aqui. Foi por causa da chuva. Muito provavelmente, se fosse dia de sol, não terias passado por mim. E está-se bem aqui, não achas? Sim, muito bem.
Algo que interessa ou não... Não sou única nem diferente... Gosto de desanuviar e, quem quiser desanuviar comigo, é bem vindo.