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Mensagens

agora sabes

 Eras inocente, tão jovem e não sabias nada sobre a extensão da tua doçura e do incomensurável poder do teu corpo agora sabes. (Marguerite Duras)

deixa-me

Deixa-me estar. Deixa-me passar. Deixa-me rodar este vestido airoso que é desta dona que o exibe e que está encantada. E nem sabe bem porquê!  Deixa-me ficar assim comigo. É sempre bom estar do lado dos que se encantam com pequenas insignificâncias como esta de sentir o rodar deste vestido airoso. (foto   i.pinimg.com )

ganhou o lado de dentro

Da terra eu, firme firme contemplei o longe longe. E tão firme firme quanto o chão que me sustenta vislumbrei-te tão perto perto E guardei-te. Eu, firme firme asseguro-te que ganhou o lado de dentro.

É aceitar seguir sem pré- juízo definitivo

É aceitar a verdade. Acreditar no desvio. Saber acordar com o abismo. É aceitar seguir sem pré- juízo definitivo.

Lugar do tamanho da nossa gente

Se há coisa que aprendi nestes últimos tempos é que há sempre um lugar.  O nosso.  E por muitas voltas que se queira dar, retornamos sempre aonde nos esperam.  Somos hábitos de um único cheiro e de um único lugar do tamanho da nossa gente.

Ai, as meninas!

 As meninas que escrevem versos. Não as queiras! Só pensam, só pensam… Marulham em lutas e espantos! São donas de um olhar radioso! Bebem-te os gestos, destilam magias! E decifram bem demais os que recebem muito mas dão pouco… Ai, as meninas que escrevem versos! Não as entende ninguém! Quantas vezes dando à costa! Quantas vezes preferindo o além! Quantas vezes serpente, quantas ave! Quantas vezes glórias inúteis, quantas vezes vontade! (As meninas, Diego Velásquez)

ansiando a Água que nos foi roubada e que nos faça nascer de novo

fomos da Água acolhidos, protegidos, escondidos e de rompante expulsaram-nos do paraíso atirados ao Ar em grito, choro repentino e aflito,  mas sopro de vida caímos nas malhas do tempo sem pedirmos para nascer mas surgimos escorregadios e lamacentos depressa vento e chuva, depressa fome e sede atirados aos ossos de todos, embalados pelas carnes dos outros carne da nossa carne e rapidamente nos vimos em chão esgaravatando na Terra seca (nós que fomos da Água) de olhos esbugalhados, amedrontados pelo Fogo tão desprotegidos e tão à vista de todos é, então, que nos atiramos ao Ar em novo grito tonitruante tentando levantar os pés do chão por medo de Fogo que nos queime ansiando a Água que nos foi roubada e que nos faça nascer de novo

porto seguro

Grão a grão vai-se trilhando a rota semeando a horta e, na roda do vento, - por mais que custe domar a impaciência - não queiras colher antes do tempo. Melhor será que se faça de cada grão semeado o alento  que transforme a semente em porto seguro.

quinta feira

 Sigo rios porque eles correm para o Mar.