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Mensagens

a fazer lembrar o ofício de um dia por inteiro

não me apetece clara nem lavada indumentária nem sequer um outfit pensado quero uma ganga escura, esfiapada pelo uso a fazer lembrar o ofício de um dia por inteiro uma espécie de macacão que me cubra da cabeça aos pés a medir-me de alto a baixo tecido rijo que me proteja dia a dia do que insiste e subsiste e que aos poucos vá virando pele e seja a minha imagem de marca do que me arquiteta lua a lua, sol a sol

e não foi música má não – a do mar

não é música má não - a do mar principalmente quando a onda te bate no pé convidando à dança ensinando-te o vai e vem de tudo libertando-te pelo respirar veste-te e despe-te num ápice mas não é música má a do mar hoje foi assim o meu passeio contigo no meu pensamento e não foi música má não – a do mar

um buraco mais largo e mais fundo

Ainda não é bem o fim do mundo isto é apenas uns filhos da puta a abrir um buraco mais largo e mais fundo. José Carlos Barros

bom

e bebe-a se preciso  à vontade que persiste à alegria que existe às pessoas mais belas       retumbantes! capazes de me provar que estes meus sentimentos são bons porque me dizem que sim em vez de não!

que mais que desgraça é virtude

talvez vos console saber que estou só que nem uma haste seca no verão folha à solta na calçada inebriada pela cor um ping único em chapa gasta sorriso pouco breve apagado nestes tempos em que ficamos quase todos sós uns dos outros e até de nós talvez seja atitude honesta admitir-vos esta condição de mim como um só que se acostumou a tanta solitude que mais que desgraça é virtude (texto construído para representação, 2025)

Como?

Como dizer o cheiro da alfazema da urze dos beijos ou dos corpos Ou disso tudo junto? Só estando lá. (Manuel Resende)

manhã

ouve como soa vem ligeira e doce passa e deixa leve rasto  de paz

Portanto, pega na sacola e gira.

Em qualquer casa há uma cadeira. Ou um sofá. Perigosíssimo.   Sentar durante muito tempo cria cova. E quanto mais tempo se lhe dá assento, mais o rabo arredonda a cova e, um dia, buraco.  É preciso fazer da ira ou da impaciência (ou tão só do deambular e instantânea vontade do ir) o mote para não estar quieto. Os dadaístas defendiam um único momento na cadeira «significa pôr a vida em perigo» (li algures). Há que andar. Nem que seja em círculos à volta da cadeira. E a música é um bom aliado que dá que fazer à perna e ao braço. Faz reagir. E quanto mais alegre a tónica, mais se abana o capacete. Portanto, pega na sacola e gira.

todas as outras me assolam

Há uma palavra que nos guarda Carinho. Assim seja. Assim seja. Façamos por a resguardar. É a única que quero. Todas as outras me assolam.
Hello World